Quer saber quais as tendências do mercado imobiliário para 2022? Após dois anos de pandemia, com o setor movimentado e trazendo bons resultados, a estabilização de lançamentos e vendas, e os acontecimentos esperados para o ano, são várias expectativas. Entenda o que já se sabe sobre prioridades na construção e de transformações digitais. 

1. O que as pessoas buscam nos imóveis?

Pandemia

As tendências para os imóveis não são muito diferentes dos anos anteriores. Em primeiro lugar, há a dúvida sobre a arquitetura e as preferências construtivas da pandemia se manterem ou não. Entre os pontos de incerteza há o surgimento de novas variantes, como a Delta e a Ômicron, que podem ser mais ou menos graves. Como lado positivo, o Brasil alcançou bons índices de vacinação, com 77,8% da população com ao menos uma dose, e 67,2% com o primeiro ciclo completo (com primeira e segunda dose, ou dose única).

Assim, ainda é difícil dizer se tendências observadas são passageiras ou não. Como exemplo:

• imóveis mais espaçosos;
• preferência por unidades mais ventiladas;
• cuidados com a decoração que consideram a higienização extra diária, como local na entrada para os sapatos.

Tecnologia

Além das questões relacionadas à pandemia e ao que será das residências depois dela, há a tecnologia. Ela aparece com a automatização das casas e apartamentos, em maior ou menor grau. Afinal, é importante considerar tanto a faixa de renda de quem compra o imóvel até o que os moradores preferem. Normalmente, o ideal é que a estrutura permita adaptações com facilidade.

Ventilação

Outro detalhe é a ventilação, que aumentou de importância por ser essencial para evitar a propagação de vírus como a Covid-19. Isso inclui janelas e varandas, que já eram valorizadas antes da pandemia, e inteligência construtiva. Ou seja, é interessante que a arquitetura dos espaços tenha sido bem feita e que tenha considerado a circulação do ar.

Personalização

A personalização das residências aparece de diferentes formas. No geral, quem compra busca ter opções para modificar a casa ou apartamento de acordo com os seus gostos pessoais e personalidade. Isso pode acontecer por meio de compra de imóveis em construção que possuem a alternativa de escolher algumas mudanças na planta, ou simplesmente pela decoração.

Multifuncionalidade

Apesar dos imóveis espaçosos terem atraído mais pessoas na pandemia, a realidade de cidades como São Paulo ainda é a de casas e apartamentos mais compactos. Por isso, a multifuncionalidade dos cômodos das residências é essencial. Isso pode se dar:

• no quarto de hóspedes que também é home office;
• na varanda com mesa de jantar;
• ou na junção de todas as funções em um único espaço, caso de apartamentos kitnet ou studio.

Sustentabilidade

Os pontos que envolvem a sustentabilidade, já presente nos anos anteriores, mostram intensificação tanto nas discussões sobre mudanças necessárias quanto nas propostas construtivas. É um diferencial significativo que as residências e edifícios tenham alguma otimização energética (como energia solar), aproveitamento de água e selos verdes na construção.

2. Quais as tendências de espaços de condomínio?

Um estudo da Apê11 mostrou o aumento da importância de alguns espaços do condomínio em novos empreendimentos, o que indica uma tendência de construção e comportamento.

Foram quatro áreas de destaque: 

• bicicletário, presente antes em apenas 0,74% dos imóveis usados, e que agora faz parte de 38,33% dos novos; 
• lavanderia, de 0,44% para 31,34%; 
• pet place, de 0 para 27,57%; 
• e o business place ou coworking de condomínio, de 0,25% para 30,48%.

3. O que há de transformação digital?

Assim como em 2021, o mercado imobiliário continua se tornando cada vez mais digital. Um exemplo é a compra de um imóvel sem visita presencial. Isso já se mostrou nos dados da Apê11 no ano passado, e deve continuar a crescer. Outro detalhe são as possibilidades de expansão e transformação do setor como um todo, como o investimento em marketplaces imobiliários e no ecossistema de compra e venda de imóveis, com parceria e ferramentas que facilitam as transações.

Por fim, há a Medida Provisória (MP) que traz mudanças e adaptações dos cartórios de registro. Como devem acontecer até janeiro de 2023, muito será visto no decorrer de 2022. Será criado um sistema unificado, chamado de Serp (Sistema Eletrônico dos Registros Públicos). Ele será desenvolvido e custeado pelos próprios cartórios, sem o uso de recursos públicos.

O fundo privado, custeado pelos registradores, será controlado pela Corregedoria Nacional de Justiça. Quanto às normas, ainda serão regulamentadas pelo governo, mas já foi definido que será permitido que a pessoa use meios eletrônicos para pagar as taxas cobradas na emissão dos registros; e que ela pague todas as taxas de uma vez, em guia única